Enquanto no lado brasileiro da fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero a história vai se apagando aos poucos com antigas edificações caindo e/ou sendo derrubados para construção de obras com arquitetura mais moderna, no lado paraguaio a situação é diferente.
Famílias tradicionais e com história na ramificação fronteiriça, são cada vez mais presentes no cotidiano e simbolizam a fronteira de outrora, de outras décadas permanecendo “viva” no presente.
Assim é com a ´Zapateria Cristaldo´, hoje localizada na área central de Pedro Juan Caballero, há poucos metros da histórica ´Laguna Punta Porã´, referência do surgimento e crescimento urbano dos dois lados da fronteira.
A família Cristaldo teve um pouco da sua história relatada por amigos nas redes sociais.
“Quem das gerações antigas não conhece a sapataria de cristaldo, e às vezes mandou fazer sapatos à medida, ou ainda mando costurar a famosa ´meia sola´ para deixar novo o calçado pedindo para trocar os tacos seja para alguma festa elegante ou para outro evento como uma colação, para um desfile de 14 de maio que era uma das épocas que se formavam filas pelos pedidos de trabalho e uma grande demanda para a época, para um evento importante”, inicia o trecho do texto, fazendo com que os fronteiriços mais saudosos lembrem.
“O mais comum era pedir para ilustrar o calçado, deixando-o brilhar para o trabalho ou outra atividade”, é o relato sobre a “Zapateria Cristaldo”.
A edificação é uma das mais antigas em Pedro Juan Caballero, que diga-se de passagem, tem muitas moradias ou estabelecimentos comerciais antigos mantidos até hoje praticamente intactos, atravessando os anos, as décadas com poucas alterações em sua obra original.
Assim é a casa onde funciona até hoje a “Zapateria Cristaldo”, antiga caso de Florentín Cristaldo, que se conserva até hoje, construída no primeiro decênio do ano 1900 e pertencente aos avós da família Cristaldo.
Os relatos da família são de que a moradia foi edificada em 1913, sendo na época de sua construção motivo de admiração pela envergadura e tamanho com portas imensas de madeira, bem como as janelas e detalhes nas “tesouras” no telhado, trazendo modelos já utilizados à época na capital do país e que aos poucos foi ganhando as cidades no interior.
Telhas francesas também eram motivo de elogios e admiração dos incautos cidadãos surpresos com a novidade.
Outro detalhe que chamava a atenção era a altura do telhado, incomum para até então, já que as casas tinham o telhado baixo. A altura era para se sobrepor aos dias de intenso calor vivido à época, possibilitando maior ventilação.
Mas, esse modelo acabou tornando-se símbolo de modernidade, trazendo um novo cenário.
A história é relatada pelo professor Elio Cristaldo Gonzalez, que se orgulha em contar um pouco da trajetória da família na fronteira, especialmente em Pedro Juan Caballero.
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