CONFIRA O VÍDEO
Estudante de medicina em Pedro Juan Caballero expos uma realidade “nua e crua” vivida na fronteira mas que vive “debaixo do tapete”, pois a sociedade prefere ocultar esse cenário, mas que no dia a dia é intenso tanto de um lado como de outro da fronteira.
Ela divulgou vídeo onde comenta sobre a realidade no dia a dia enfrentada pelos universitários estrangeiros, notadamente os brasileiros que buscam as faculdades de medicina em Pedro Juan e acabam enfrentando uma realidade diferente do que é “vendida” pelas faculdades.
Trata-se da discriminação entre brasileiros e paraguaios, mas que afeta diretamente a camada de universitários brasileiros e que sofrem diariamente essa situação, principalmente aqueles que escolhem residir em Pedro Juan Caballero.
As declarações da acadêmica de medicina expõe esse cenário encoberto pela sociedade e pelas próprias universidades no Paraguai, onde essa pauta é proibida pelos corredores.
Desde a implantação das faculdades de medicina em Pedro Juan, vários setores da economia nos dois lados da fronteira ganhou significativa melhora com a movimentação e fluxo desses estudantes circulando de um lado a outro: aluguel de imóveis, supermercados, farmácias, setor alimentício, mobilidade urbana e o comércio em geral são os setores diretamente beneficiados.
Quem reside na fronteira e conhece os dois lados sabe o que era Pedro Juan Caballero e o que é hoje em termos de movimentação econômica. Desde o advento das faculdades e a chegada dos universitários – em sua maioria formada por brasileiros e, por sua vez, em sua maioria oriunda de outros Estados – a economia de Pedro Juan mudou e mudou muito.
O setor imobiliário foi o mais beneficiado. Aliado com a gestão profícua do então intendente José Carlos Acevedo (in memoriam) que levou infraestrutura aos bairros mais distantes e melhorando a área central, a cidade respirou ares de desenvolvimento.
Mas, paralelo a esse desenvolvimento, os brasileiros foram chegando e trazendo crescimento econômico para a cidade, mas em outra vertente, a população não aceitou bem essa chegada quase que repentinamente e mudança da cultura na cidade vizinha a Ponta Porã.
Não é raro no comércio brincadeiras de cunho discriminatório com os universitários, que trouxeram seu modo de vida, mesmo que se adaptando a cultura local.
Nas faculdades, pelos corredores é comum universitário queixando-se de discriminação.
Sem contar a sede da ala corrupta da polícia paraguaia que insiste em atacar os universitários, elencando todo tipo de irregularidade mesmo que não haja nenhum problema na documentação pessoal e do meio de transporte.
Se for acadêmico brasileiro é culpado! Essa é a máxima da polícia paraguaia. Depois vê qual é o problema, mas de antemão é culpado.
E as declarações da acadêmica apenas expos essa situação e ela foi obrigada a se retratar pois a discriminação que apontou sofrer e seus colegas acadêmicos poderia aumentar, com dose de violência intelectual e até física.
Essa é a realidade da fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero por detrás das cortinas encobertas pela sociedade de ambos os lados.
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